Livro: A Tenacidade do Ódio e a Festa da Vida – Negociação e Psicanálise para uma Convivência Possível

O IMA Instituto apresenta essa obra magnífica do Professor argentino Juan Tausk: A Tenacidade do Ódio e a Festa da Vida – Negociação e Psicanálise para uma Convivência Possível, finalmente traduzida para o português.

Com maestria, o professor Juan Tausk nos apresenta “um livro repleto de excelentes ideias para melhorar a convivência pacífica entre as pessoas, as famílias e as nações, escrito de maneira ágil e amena por um mediador de fama internacional” – por Andrés Oppenheimer, jornalista Miami Herald e CNN.

Para Rita Andréa Guimarães, do IMA Instituto: _”Juan Tausk. Maravilhoso, meu grande e eterno mestre. Mas minha admiração não é nada perto desse nome acadêmico, psicanalista respeitado em sua terra natal (Argentina) e na Europa. Uma honra apresentar em primeira mão essa obra fantástica, agora em português, reafirmando essa parceria mediação x psicanálise que é o nosso diferencial pedagógico na formação dos Mediadores no IMA. Esta abordagem inédita da negociação com a psicanálise nos privilegia e enleva professor, muito obrigada”.

capa do livro A Tenacidade do Ódio e a Festa da Vida – Negociação e Psicanálise para uma Convivência Possível

Prefácio

Este é um ensaio que imagina seu leitor e se propõe interessar os que habitam o território atrativo, criativo e desafiador de almejar contribuir para resolver a crescente conflitividade em nossas sociedades.

É possível:

Criar condições para uma convivência possível?
Aportar a isso sem perpetrar um estilo/estado totalitário?
Reduzir as aspirações messiânicas e manipuladoras?
Se fazer ouvir além dos desleais representantes congressistas/executivos?
Difundir os meios colaborativos de resolução de conflitos?
E, sobretudo, poderemos participar da festa da vida?

Esse texto está escrito amavelmente e com a esperança de que, quem o ler, desfrute da leitura e sinta-se chamado a conversar comigo. Padeci os mestres-predicadores que sabem gerar o horror à ignorância no seu público cativo, habitando o mais miserável do desprezo e a falta de generosidade.

Sempre desconfiei das linguagens fechadas, cujo fim é um ´guetto´ invertido ao construir uma borda, um muro para encerrar fora os ‘ignorantes’ e disfrutar a insossa tibieza de alguma endogamia, além de gozar pela submissão ao poder que gera a propriedade do ‘saber apropriado´.

Saiba o leitor que o presente escrito está ordenado tematicamente, porém, no melhor estilo intertextual, os temas se enodam entre si, se antecipam, se derivam. Isso requer do leitor paciência, pois tento que nenhuma ideia fique só ou perdida, cada uma retorna construindo um pensamento que, aberto às ‘palavras por vir’, pretendem fazer sentido no conjunto. O saberá decidir o leitor.

Por sua vez escolho um modo coloquial e de intercâmbio com o leitor das ideias que pretendo dividir. Me interrogaram a respeito por uma escrita aparentemente leviana. Considerei, e o disse, que a escrita deve ser leve, pois os problemas para pensar e resolver são tão complexos, difíceis e carregados de ‘mistério’, que não faz sentido fazer um jogo de simulação: uma ‘ideia enorme’ esconder-se por trás de um discurso opaco e denso, para esperança dos iludidos com poder administra-la algum dia, que proclamam a promessa ‘é para se pensar’, mas que não é mais do que um domínio circense do expositor. Escritos difíceis de ler, como sinal de um saber além da compreensão do leitor motivado. Para isso vai uma anedota que lembrei com motivo da despedida de 30 anos de professor de grado na universidade. Um estudante, numa turma, é convidado a avaliar a experiência da disciplina. Elogia as aulas do professor como excelentes. Mas, acrescenta o fatídico, ‘mas…’, que nunca podemos deixar passar porque revela, se não a verdade, ao menos sua vacilação. O docente lhe pergunta e vem a resposta: “Falta ao professor nível acadêmico.” Os estudantes ficam impactados pela valentia em expor uma crua verdade. O docente, precavido talvez, pergunta por que diz isso. “Porque o entendo”.

Fico intrigado com a ternura do relato. Comento com uma filha que estudava arquitetura e me diz que lá é igual. Se se o entende, as pessoas dizem: “Não disse nada novo”. No entanto, se vem alguém com a suficiente dosagem de fechada especulação conceituosa, e abundam, o público, profissional ou estudantil, ao não entender, assente com a cabeça e promete aos seus vizinhos de plateia pensá-lo alguma vez, dizendo: “Mas, que nível!”. Há quem entra em laicos transes místicos de exaltação com um saber supremo, outros afortunadamente, se incomodam pelo descuido à sua melhor inteligência.
Cada um sabe onde gosta de se instalar. No meu caso, prefiro que este livro possa ser lido por quem faz da curiosidade seu caldeirão, da construção de um mundo habitável seu anseio e do trabalho pela passagem da tenacidade do ódio à festa da vida, seu desejo vital.

Claro que penso em dois conjuntos de interlocutores por meus dois ofícios, a psicanálise e a gestão colaborativa de conflitos, ambos habitantes de contextos profundamente interdisciplinar e não obrigados à ´verdade definitiva´. Se bem que às vezes…

Sempre confiei na capacidade de “escuta” lúcida que nos habita a todos. E a generosidade. Depois de tudo, um texto é um encontro. Wilson, o protagonista de ‘1984’ de George Orwell, dizia ao encontrar um livro proibido, na verdade todos menos um eram proibidos: “…os melhores livros são os que nos dizem o que já sabemos”.

O saber absoluto é sempre um saber projetado infinitamente, que tem intérpretes e representantes que, simulando que o possuem, terminam acreditando isso. Sócrates sabia disso, se me permitirem uma versão irreverente. Por não dizer os ‘falsos messias’ que refere Gerard Haddad.

Por isso me apoiarei em leituras, experiências e casos sustentados desde um olhar crítico e não pensando no óbvio ou estabelecido.

Nada mais triste que outro livro sério que, variando sobre o mesmo, acabe entediando inclusive o próprio autor. O único que pode sabe-lo é o leitor, a quem recomendo as notas de rodapé. Às vezes chego à ideia de que é o mais interessante num texto. Talvez, também não. Sim excedo em dois aspectos: tento que um termo que tem por trás ideias que não necessariamente todos os leitores conhecem, seja explicado ou, ao menos se refira uma fonte de informação. Para isso o Google resolve rápido a diferença de culturas acadêmicas ou profissionais. Abebero da ideia de que todo o pensável é pensável por qualquer um que queira saber. O segundo aspecto das notas é explicar a língua coloquial argentina – ‘lunfardo’ – que utilizo e não é de uso dos leitores de outros países latino-americanos.

O último capítulo se propõe concluir o trabalhado nos quinze capítulos anteriores e também apresentar a chave fundamental destas conversações em gestão de conflitos que, no meu entender, é a escuta que os psicanalistas denominamos inconsciente, trabalhada com relação a um caso de mediação com diretores de uma empresa familiar.

Finalmente, leio e consulto, faço próprias ideias de outros autores, não deixo de referi-los e me conduzem a um asserto de Charly García que me parece tão original: “Se roubas a um, eres um canalha, mas se roubas a muitos, eres um gênio”.

No entanto, era uma citação que toma de outro:
“Se roubas a um autor é plágio, se roubas a muitos é pesquisa”. Wilson Mizner, 1876 – 1933. Roteirista. Califórnia. USA.

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A Tenacidade do Ódio e a Festa da Vida – Negociação e Psicanálise para uma Convivência Possível

O Autor

Juan Tausk. Graduado en psicología, ejerce como psicoanalista, negociador, gestor de conflictos y docente. Escritor. Profesor Titular en Clínica Psicológica y Psicoterapias: Facultad de Psicología Universidad de Buenos Aires hasta 2016. Director de la Maestría en Mediación y Negociación del Institut Universitaire Kurt Bösch, Valais, Suiza (IUKB), hoy incorporado a la Université de Genève y de la Asoc. Civil Programas de Estudios de Postgrado (APEP) hasta 2016. Director de la Diplomatura Universitaria en Competencias para el Liderazgo. Universidad Tecnológica Nacional y APEP. Ha presidido el World Mediation Forum en dos oportunidades y organizado los Congresos Internacionales en Cagliari (Cerdeña), Buenos Aires, Crans Montana (Valais, Suiza) y Jerusalem.

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